Estou tentando encontrar as palavras certas para descrever as sensações que este livro me passou e acho que nada seria suficiente. Pois Raze não é apenas um livro, é uma experiência de vida. É sensacional, e não de um modo bonitinho ou arrumado.
Sua beleza pode ser descrita como crua, abrupta, profunda e completa.
Tillie Cole nos conta a história do 818, ou Raze, um homem quebrado, torturado após 12 anos de escravidão numa gaiola de lutas clandestinas, onde a regra era, matar ou morrer. Os abusos e torturas que ele sofreu naquele lugar são inimagináveis e para sobreviver ele precisou se transformar num monstro, deixando seu passado para trás e a única coisa que ficou foi a necessidade de vingança. E ao ir em busca disso ele acaba encontrando Kisa.
Kisa está presa a um noivo completamente psicótico. Um homem que controla todos os seus passos, manda estripar homens que apenas olharam para ela, a obriga a andar toda coberta e até para sair de casa ela precisa esperar pela autorização dele. Alik, o noivo psicopata, é o único herdeiro da máfia Bratva e ela como a herdeira mulher precisa se casar com ele.
A única coisa que realmente não bateu nesse livro foi o fato de alguém sequer pensar em entregar o comando de uma máfia para o Alik, e pior ainda, o pai dela deixar um cara daqueles casar com a própria filha. Quando as pessoas ficam chocadas com o que o Alik é capaz de fazer eu me pergunto onde diabos esse povo estava com a cabeça socada? Pois o homem não esconde o nível da doença, então, realmente achei difícil ninguém ter visto ele tratando a Kisa como nada mais que um objeto que pertencia a ele, que não tinha vontade própria e que era alvo contínuo de sua violência. Estava mais do que claro que a dinâmica do relacionamento era. “Vacila e eu quebro sua cara, ou te mato”. Na boa, o cara ficava com raiva e dava uma “foda de punição” pra mulher, bizarro.
Mas enfim, v
amos ao resto.
Enquanto Raze se inscreve num campeonato de luta até a morte com o objetivo chegar ao seu inimigo, ele encontra Kisa e ela não demora muito para reconhece-lo como o amor de sua vida, que ela acreditava ter morrido. A históri
a dos dois se desenvolve num clima de absoluta tensão e de sofrimento, enquanto Raze tenta recuperar suas memórias e Kisa procura descobrir onde ele esteve em todos aqueles anos.
Intenso seria o eufemismo do ano para descrever este livro, pois fiquei num estado de euforia tal que tinha hora que eu enfiava a cabeça no travesseiro e gritava tamanha era minha ansiedade. A expectativa do que vai acontecer a cada página, a maneira como torcemos para que os mocinhos vençam e as surpresas que surgem no caminho são esmagadoras.
Eu quase perdi minha cabeça numa das lutas do Raze e juro gente, é difícil respirar durante a leitura. Se prepare pra gritar e se descabelar.
Ele é ESPETACULAR! Empolgante, daqueles que te prendem da primeira à última página... na verdade ele não prende, ele te sequestra e te joga num ringue de luta até a morte. Kkkkkkk Este vai para a lista de melhores livros do ano. Tillie Cole é uma gênia, e estou torcendo para ela ser lançada no Brasil, pois essa mulher pode lançar um tijolo na minha cara que eu ainda compro. ^^ E olha... apesar de o livro ferir anos e anos de luta pela emancipação feminina em vários trechos, é perdoável tamanha a complexidade e maravilha da história. Recomendo demais, e Raze encontrou um lugar no meu coração.
Preciso de um 818, mas também aceito outros números
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Perfeição define.
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